Escutei um som diferente essa manhã. Uma voz doce cantarolava uma linda canção. Eu não conhecia a letra, mas falava de amor. Abri os olhos. Levantei da cama. Segui o som. Procurei pela casa, mas os meus sensores falharam. Quando eu sentia a sensação de estar próximo, o som parecia mais forte num outro lugar.
Identifiquei a voz de uma segunda pessoa. Era tão linda a união das vozes. Com um sorriso bobo no canto do rosto, andei por todos os ambientes da casa, e logo identifiquei uma terceira voz. Nossa! A mistura daquele som transmitia coisas boas, e uma energia impar tomava conta de todos os espaços. Quanta felicidade. E eu, sorrindo!
Fechei os olhos. Escutei com o coração aquela velha canção, e o som foi ficando baixinho-baixinho, e o silêncio aos poucos retornava.
Inspirei. Expirei lentamente e o coração batia forte. Acordei assustado. Ainda confuso, levantei rapidamente, abri a porta do quarto, e as vozes estavam ali.
Meu pai no computador do quarto, escutando uma canção antiga.
Minha mãe preparando o café da manhã, cantando, bem desafinada, uma velha canção cristã.
Minha irmã escovando os cabelos para ir ao trabalho, dançando irreverente como sempre, ao som-plástico das suas bandinhas de forró.
Na maias perfeita desordem, as vozes estavam ali.
Estava tudo ali.
Inspirei!
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